Lembro-me de muitas ilusões no infinito mar da minha vida amores felizes e infelizes sonhos próprios daquela idade morreram para sempre, mas vejo ainda o enterro da minha mocidade.
Em transe numa dor pungente minha alma sempre sonhadora fui envelhecendo pelo desalento da mulher que fui, hoje somente, sou sombra daquela senhora que em pensamento trazia que a sonhar se apoderava daquela adorada fantasia
Óh como os dias passaram depressa e as minhas ilusões que já lá vão... Deixa destino que eu viva e não esqueça tudo que quero contar e me vai no coração.
Mãe não sou nem fui filha destino amargo o meu, sinto-me só nesta ilha triste desolada perdida desfeita, revoltada, vencida.
Na minha solidão me abandono como uma Deusa de mil braços como um tempo cujo ritmo flui surgindo do fundo do meu ser as incont´veis sombras do que fui.
Uma insónia Um dormitar Um despertador que toca Um lava cara e muitos sonhos afogados Uma epopéia de carro Uma raiva que não se expressa Um emprego ordinário, seara de subsistência Um cansaço insipido Uma estupidez de vida
Olho em redor de mim que vejo? - m barco. sozinha no meio da imensidão Qual será o destino desse barco? ninguem o olha, ninguem repara para êle tudo é indiferente há pássaros pousados nos mastros há bandeiras no cimo dos mastros há gente a bordo. Há baile E quantos corações enjoados e quantos enamorados outros tristes e sós....
Lá vai o barquinho seu destino é só um talvez de alegria para alguem e ele lá vai, lá vai de quando em quando balança ou pelo vento, ou pela água mais agitada e lá segue na ignorância de que ninguem lhe liga importância
Foi verdade, eu vi este barco, sentada no paredão do rio tejo, e cheguei a casa em Almada e escrevi UM BARCO.
Ela passa, todos a olham bamboliando suas formas já sem graça já foi bonita aquela mulher já foi bela tambem. Todos a admiravam Hoje porém, está velha, cansada da vida dessa vida que lhe foi tão cara dessa beleza que é tão rara na velhice que se vê agora.
Andam nuvens dentro de mim ó minha alma sedenta de carinho tenho sede de amor, ó Deus, sincero o meu coração chora a sua mágoa os pensamentos parecem aves sem ninho qual pássaro verde pousado num vento azul
FLORES
Flores belas e mimosas de todas as cores, as rosas os cravos dálias e jasmins Todo florido está meu íntimo H´flores dentro de mim!!! meu Deus que graça me deste haver flores dentro de mim.
Tenho apetite nos olhos de olhar sem ver de os fechar sem dormir de pô-los a chorar sem lágrimas
mas...........
Olhar o vago não se vê olhar sem ler não se crê chorar sem lágrimas não se chora olhar sem tempo tem demora olhar por olhar é de tola olhar chorando só com cebola olhar p'ra ti é que me consola
Gostaria de saber quem sou e então vou perguntar serei aquilo que ficou onde nada quis ficar? Serei noite sem luar? Ou ocaso de verão? serei a peça singela ainda por retocar? Não terei eu coração? Sinto que não existo ou então expliquem isto que eu não sei explicar se tenho ternura para dar ansiedades para sentir os sonhos para renovar e o desejo de sorrir se quero ver o teu olhar e às flores do campo dar côr quero viver, cantar, cantar e já começo a pensar então eu... Serei Amor?
Devo estes escritos à necessidade que tenho de escrever. Em mim este gesto vem preguiçoso, mas quando vem, é à velocidade do pensamento.
Quem me pode censurar? dizem que para se ser digno teremos que fazer tres coisas. Eu apenas fiz uma. Plantei uma árvore. Sobrou-me portanto, muito tempo...............
Em cada dia prendo no meu ser a dádiva que o sol me oferece e enceto a aventura quotidiana com o vento os pássaros e a poesia.
Às vezes é o mar que me apetece ver a serena paz no vôo duma gaivota que se quebra de encontro ao meu olhar, outras vezes as curvas dos caminhos dão-me a medida certa do meu andar.
Este Blog destina-se ao passado, ao presente e ao futuro... destina-se a relembrar os meus escritos, as minhas experiências e aquelas que, eivadas de uma riqueza enorme, do ponto de vista humano, gostaria de partilhar com os meus amigos. Contem também o que no dia a dia vou olhando e escrevendo...